A veia ficção científica de Stuart Gordon nunca rendeu obras
de vigor como “Re-Animator” (1985), “Do Além” (1986) ou “Dagon” (2001),
representantes do gênero horror na cinematografia do diretor norte-americano.
Mesmo assim, as obras “espaciais” de Gordon rendiam alguns bons momentos de
diversão e fuleiragem. “Piratas do espaço” (1996) é emblemático nesse sentido.
As trucagens podem ser meio toscas para o padrão asséptico digital atual de
efeitos especiais, mas o cineasta manipula esses recursos visuais com eficiência,
dando-lhe um carisma atemporal. Além disso, a direção de arte e o roteiro apresentam
uma bem sacada sintonia na combinação entre aventura espacial, pilotos de naves
que mais parecem caminhoneiros e sádicos e nojentos corsários (com direito a
esquisitos implantes robóticos). Ou seja, é uma mistura de “Guerra nas estrelas”,
“Mad Max” e filmes de pirata, mas no conjunto a produção soa bastante orgânica,
não caindo na armadilha fácil de querer parecer algo “trash” (até porque Gordon
sempre preserva uma certa elegância formal no filmar).
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