Aqueles que desgostaram da esterilidade criativa de filmes
como “2 filhos de Francisco” (2005) e “Era uma vez...” (2008), ambos dirigidos
por Breno Silveira, podem até se surpreender com “À beira do caminho” (2012).
Afinal, o cineasta consegue manter uma certa atmosfera contemplativa e até
mesmo um tom mais sutil, ainda que sempre enveredando para o sentimentalismo. Mesmo
esse tom emocional mais desbragado, entretanto, acaba encontrando ressonância
mais convincente pelo fato da narrativa ser marcada por algumas canções emblemáticas
de Roberto Carlos. É claro que não dá para dizer que as opções estéticas e temáticas
de Silveira configurem algum grande vôo criativo, ainda mais por trazer uma
trama bastante derivativa (o roteiro parece uma variação sem maiores cerimônias
de “Central do Brasil”). Mesmo assim, é um trabalho bem feito em termos
formais, com alguns detalhes que geram uma empatia maior com a platéia
(principalmente pela boa atuação do João Miguel e as antológicas canções do
Rei).
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