segunda-feira, novembro 12, 2012

Mercenários 2, de Simon West **


Pode parecer óbvio o que vou escrever aqui, mas para discorrer sobre um filme como “Mercenários 2” (2012) a primeira coisa que tem de se ter em mente é que detalhes como um roteiro coerente ou densidade dramática não são exatamente primordiais. Na realidade, a primordial intenção dos produtores da franquia é juntar o máximo de astros do cinema porrada e emular aquelas produções de aventuras violentas oitentistas (ainda que num tom mais asséptico – afinal, não se pode arriscar uma classificação etária muito elevada para não perder público...). É claro que o resultado final é muito distante da classe formal de clássicos do gênero como “Rambo – Programado para matar” (1982) ou “Duro de matar” (1988), mas até que essa segunda parte tem os seus momentos divertidos. Para começar, é bem melhor dirigida que a primeira, principalmente no que diz respeito às cenas de ação (ao contrário do primeiro filme, consegue-se entender o que está acontecendo em cena). Pode-se perceber que o clima de paródia é mais evidente, com uma trama que parece ter sido escrita à medida que a produção ia sendo filmada. As inserções do personagem “interpretado” por Chuck Norris, por exemplo, chegam a ser hilárias de tão grosseiras: parece que os roteiristas, lá pela metade do roteiro, deram-se conta que até o momento não havia papel definido para Norris e inventaram uma desculpa qualquer para colocá-lo na trama. No final das contas, entretanto, um detalhe como esse é irrelevante – o que importa para o público cativo de “Mercenários 2” é que a equação porradaria mais piadinhas infames está ali presente e justificando a realização de uma nova continuação.

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