Pode parecer óbvio o que vou escrever aqui, mas para
discorrer sobre um filme como “Mercenários 2” (2012) a primeira coisa que tem
de se ter em mente é que detalhes como um roteiro coerente ou densidade dramática
não são exatamente primordiais. Na realidade, a primordial intenção dos
produtores da franquia é juntar o máximo de astros do cinema porrada e emular
aquelas produções de aventuras violentas oitentistas (ainda que num tom mais
asséptico – afinal, não se pode arriscar uma classificação etária muito elevada
para não perder público...). É claro que o resultado final é muito distante da
classe formal de clássicos do gênero como “Rambo – Programado para matar” (1982)
ou “Duro de matar” (1988), mas até que essa segunda parte tem os seus momentos
divertidos. Para começar, é bem melhor dirigida que a primeira, principalmente
no que diz respeito às cenas de ação (ao contrário do primeiro filme, consegue-se
entender o que está acontecendo em cena). Pode-se perceber que o clima de paródia
é mais evidente, com uma trama que parece ter sido escrita à medida que a
produção ia sendo filmada. As inserções do personagem “interpretado” por Chuck
Norris, por exemplo, chegam a ser hilárias de tão grosseiras: parece que os
roteiristas, lá pela metade do roteiro, deram-se conta que até o momento não
havia papel definido para Norris e inventaram uma desculpa qualquer para colocá-lo
na trama. No final das contas, entretanto, um detalhe como esse é irrelevante –
o que importa para o público cativo de “Mercenários 2” é que a equação
porradaria mais piadinhas infames está ali presente e justificando a realização
de uma nova continuação.
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