O cineasta Roberto Farias já havia feito a sua obra-prima no
gênero policial com “Assalto ao trem pagador” (1962). “Pra frente Brasil”
(1982), contudo, está longe de ser desprezível. É claro que às vezes as cenas
de ação soam um tanto desajeitadas. No final das contas, entretanto, isso até
acaba dando um certo charme para a produção. Farias consegue aliar de forma
fluente um roteiro de estrutura policial clássica com toques consistentes de
cinema político, ainda que por vezes caia numa encenação caricatural. A obra
consegue evocar a densidade dramática de filmes setentistas de temática
semelhante de diretores como Costa Gavras e Elio Petri, sem que Farias perca a
identidade brasileira tipicamente fuleira, fazendo com que a produção fuja do
simples rótulo “filme sobre a ditadura” e ganhe um caráter atemporal. No mais,
o diretor também tem o mérito de extrair boas e carismáticas interpretações de
seu elenco.
Um comentário:
Assisti a esses tempos. Recomendo.
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