O diretor Christopher Nolan mantém uma relação forte com o
universo dos quadrinhos, apesar de tal aproximação não ser ostensivamente
declarada. Além é claro da óbvia conexão de ter sido o responsável criativo
pela recente trilogia cinematográfica do Batman, em alguns dos seus filmes se
podem perceber influências e referências visíveis de “comics”. Em “A origem”
(2010), a estrutura narrativa se divide em diversos planos de realidade, em um
recurso que remete tanto aos universos paralelos das editoras Marvel e DC bem
como às narrativas oníricas da série “Sandman”. Em seu mais recente filme, “Interestelar”
(2014), Nolan volta a buscar inspiração nas HQs. O grande mote do roteiro da
obra em questão se relaciona a um pequeno truque temporal que o genial
roteirista Grant Morrison já havia utilizado de forma bastante engenhosa em sua
extraordinária fase na revista do “Homem-animal”. Nolan não tem a mesma verve
criativa de Morrison no uso do referido recurso narrativo, mas mesmo assim obtém
um efeito dramático de eficiente impacto.
Talvez o que incomode em “Interestelar” esteja justamente
nessa questão da pretensão de ser genial ou ousado. Nolan dá a constante
impressão de que seu filme deseja ser uma espécie de “2001: Uma odisséia no
espaço” (1968) para o século XXI. Parte do público e crítica compra essa ideia para
o mal e acaba detonando a produção pela sua intenção de ser “séria” e “profunda”.
O diretor não tem esse estofo artístico para fazer o grande épico metafísico e
existencial que propõe – por vezes, a intenção de ser poético e reflexivo
descamba para o melodrama barato. E isso sem falar na conclusão da história, um
verdadeiro imbróglio incompreensível de teorias despirocadas. A melhor forma de
assistir às quase três horas de duração de “Interestelar” é encarando a obra
como aquilo que ela efetivamente é: uma boa aventura escapista de ficção científica.
As cenas de ação têm boa desenvoltura narrativa e a dose certa de tensão, além
da direção de fotografia saber valorizar com razoável sensibilidade tanto a
beleza dos cenários naturais quanto o requinte imagético das trucagens. E por
mais chorão e hesitante que o protagonista Cooper possa ser, Matthew McConaughey
tem um tipo de carisma que faz pensar num tipo de cowboy pos-apocalíptico.
3 comentários:
O grande problema de Nolan é sempre querer explicar o que está acontecendo em cena. O ato final desse filme poderia ter sido épico, se não fosse é claro o vicio do cineasta em ficar explicando tudo.
Eu não sei o que você pensa, mas eu amo os filmes. São muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de Interestelar imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do ator Matthew McConaughey, um ator muito comprometido (pode ver os Fantasia Filmes são uma ótima opção para entreter), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo.
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