Ser acadêmico não é um demérito por si só para um filme. Os
filmes do diretor britânico David Lean, por exemplo, possuíam tal atributo e
nem por isso podem ser considerados produções descartáveis e sem personalidade – pelo contrário,
eram trabalhos vigorosos e memoráveis, sendo que alguns até se tornaram
verdadeiros clássicos cinematográficos. O que incomoda em um trabalho como “Uma
longa viagem” (2013) é um academicismo rançoso: tudo está no lugar direitinho,
os aspectos formais se configuram competentes em sua execução, mas não há
brilho, convicção, na forma com que o diretor Jonathan Teplitzky conduz a
narrativa. Mesmo o elenco, contando com nomes expressivos, não consegue se
salvar diante da pasmaceira das concepções estéticas de Teplitzly,
contentando-se com registros entre o apagado e o canastrão. Por vezes, até se
pode sentir o potencial da obra, principalmente nas sequências de flashback, em
que alguns momentos de brutalidade e tensão trazem alguma densidade dramática e
impacto visual para o espectador. Acaba sendo pouco, entretanto, para tirar a
produção do lugar comum e do previsível.
Um comentário:
Acredito que o livro seja melhor
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