Mesmo não atingindo os mesmos patamares delirantes de “El Topo” (1971) e “A Montanha Sagrada” (1973), “Fando e Lis” é mais uma obra exemplar do cinema perturbador de Alejandro Jodorowsky. O diretor mistura referências místicas e psicológicas em uma obra que evoca uma versão distorcida de “A Estrada da Vida” (1954), produção clássica de Federico Fellini, principalmente pela relação de sadismo que se estabelece entre os protagonistas do título. A paralítica Lis (Diana Mariscal) parece descendente direta de Gelsomina (Giuletta Masina), a “heroína” do filme de Fellini, ambas personagens simbólicas na sua pureza que são tragadas pela violência transtornada de seus respectivos companheiros. Jodorowsky trabalha com brilhantismo também o conceito da viagem circular, o que acentua ainda mais o clima de pesadelo reinante em “Fando e Lis”. Nesse sentido, não há como não lembrar “A Estrada Perdida” (1997), de David Lynch, outra película que brincava com idas e vindas na narrativa.
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e as estrelas?
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