quinta-feira, março 25, 2010

Canção de Baal, de Helena Ignez 1/2 (meia estrela)


Helena Ignez foi uma musa e atriz expressiva do cinema brasileiro em obras clássicas como “Bandido da Luz Vermelha” (1968) e “Os Monstros de Babaloo” (1970). Como cineasta, entretanto, mostra-se muito distante do brilhantismo da sua trajetória pregressa, conforme pode se atestar no desastroso “Canção de Baal” (2009). A encenação baseada no original teatral de Bertolt Brecht exala um irritante amadorismo. A fotografia mal consegue sustentar algum enquadramento decente. A narrativa é trôpega, vacilante, mais parecendo um teatro filmado. A inserção de trechos de áudio com depoimentos de Brecht é gratuita, buscando mais legitimidade intelectual para uma obra tão falha. Talvez o que possa garantir algum interesse para a produção seja a beleza do texto de Brecht e algumas atuações do elenco. Tais méritos, entretanto, são insuficientes para qualificar “Canção de Baal” como um filme minimamente interessante ou Ignez como diretora relevante.

3 comentários:

Davi disse...

Putz, fiquei tri decepcionado que não consegui ver o filme, mas tanto tu quanto o Eron detonaram, hein? Olha só, esqueci de perguntar se tu viu "Galo de Briga", do Monte Hellman. Se viu, só a cena da luta de galos em câmera lenta já faz deste uma obra-prima. Se não viu, assiste. Uma das melhores atuações do Warren Oates.

André Kleinert disse...

Eu não vi "Galo de Briga". Saiu por aqui em DVD?

Davi OP disse...

Saiu em DVD. Tem na E o Video Levou. Vale muito a locação. É uma obra-prima, que nem "Corrida Sem Fim". Talvez seja até melhor.

Acabei de conseguir "The Last Movie", do Hopper, e um documentário sobre a produção do mesmo. Vamos ver se anos de expectativa não vão gerar decepção. Eu acredito que não. O filme parece maravilhoso. Outros que tenho expectativas brutais e depois de anos consegui são "Os Demônios" e "Lisztomania", do Ken Russel, que cada vez mais se aproxima do meu Top 20 de melhores diretores de todos os tempos.