A cada obra sua que aparece nos cinemas, Fernando Meirelles
faz crescer a suspeita de que “Cidade de Deus” (2002) foi um feliz acidente em
sua filmografia. “360” (2012) ajuda a corroborar essa suposição. O elenco
estelar é competente (com destaque para Ben Foster em seu habitual registro maníaco),
a direção de fotografia é bonita e o trabalho de montagem ajudar a deixar palatável
uma obra marcada por temas incômodos (prostituição, infidelidade, conflitos
familiares). E é justamente aí, no que era para ser “qualidades” artísticas,
que a obra de Meirelles acaba falhando – “360” é agradável e bonito como uma
boa peça publicitária, mas não pega na veia como narrativa cinematográfica. Não
há cenas que colem no imaginário cinematográfico do espectador ou alguma dimensão
artística mais ousada nas concepções formais engessadas de Meirelles.
Um comentário:
Eu gostei bastante desse filme, embora ainda ache Ensaio sobre a cegueira o melhor do cineasta.
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