25 anos após seu lançamento, “Uma noite alucinante 2” (1987)
permanece como uma experiência cinematográfica impactante. E não apenas pelos
seus aspectos extremos em termos de violência gráfica (até porque a primeira
parte do filme, nesse quesito, foi ainda mais chocante). O que torna o filme em
questão ainda uma obra memorável é a originalidade de seu formalismo. Apesar de
ser uma produção tipicamente B pelos seus recursos, ela impressiona pela
dimensão quase barroca que o diretor Sam Raimi injeta em sua estética. Os
enlouquecidos movimentos de câmera que simulam espíritos malignos perseguindo
as suas vítimas, as criativas trucagens que capricham no sangue e na
caracterização grotesca de criaturas monstruosas, a narrativa que varia sem
cerimônias entre o horror escatológico e a comédia escrachada e mesmos as
atuações exageradas de um elenco eminentemente canastrão são elementos que
configuram um filme perturbador e ousado, e que também extrapola o seu próprio
gênero ao propor uma linguagem inovadora. Posteriormente, Raimi teve outros
grandes momentos de brilho (“Darkman”, “Um plano simples”, “Homem-Aranha 2” e
“Arrasta-me para o inferno”), mas é “Uma noite alucinante 2” que marca o seu
auge artístico como cineasta.
Um comentário:
A experiencia de ter visto ele na tela grande no Cine Bancários foi inesquecível.
Postar um comentário