Mesmo não tendo o rigor narrativo de “Jango” (1984), de
Silvio Tendler, ou o formalismo criativo de “O dia que durou 21 anos” (2012),
ambas obras cinematográficas que tinham o presidente João Goulart como
personagem fundamental, “Dossiê Jango” (2012) é uma produção de fôlego e que
consegue trazer até uma certa conotação de novidade
para a temática do golpe de estado de 1964 e a consequente ditadura militar. O
documentário do diretor Paulo Henrique Fontenelle escancara no viés subjetivo e
de denúncia – seu principal interesse está em propagar a teoria de que Jango
teria sido assassinado devido a um insidioso plano da Operação Condor, ainda
que dê espaço para visões históricas discordantes de sua versão dos fatos
Fontenelle lança mão de farto material de imagens de arquivos, assim como de
depoimentos bastante contundentes sobre o assunto, formulando assim um
arcabouço convincente para a denúncia que expressa nas telas. Assim, sua
concepção cinematográfica é objetiva e ousa muito pouco na estética, mas a veemência
de seu estilo jornalismo investigativo torna a narrativa, por vezes, dinâmica e
tensa. Pode ser que as acusações que “Dossiê Jango” dispara não dêem nada em
termos práticos, mas é inegável que se trata de uma obra capaz de deixar
algumas pulgas atrás da orelha.
Um comentário:
O filme é muito bom, principalmente no momento que surge um personagem chave que nos rende uma grande surpresa.
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