Tentar enquadrar “Guerra Mundial Z” (2013) como filme de
terror é meio esquisito. Ok, o filme tem um monte de zumbis, ocasionalmente dá
uns sustos, mas está bem longe de ter uma efetiva atmosfera de obra de horror.
Está mais para uma produção de aventura em que os vilões são zumbis, mas se
fossem alienígenas, monstros ou algum povo não ocidental não faria muita
diferença. Essa indefinição de como enquadrar o filme é reflexo do seu grande
problema criativo: a assepsia estética e temática da direção de Marc Forster (o
que não é exatamente uma surpresa vindo daquele que dirigiu o medíocre “O
caçador de pipas”). Numa trama que traz uma hecatombe apocalíptica provocada
por uma horda de zumbis, praticamente não se enxerga sangue nas cenas! Ou seja,
parece que a grande preocupação artística de Forster foi não assustar as platéias
mais sensíveis. Isso também se evidencia num roteiro que não traz tensão ou
dilemas mais humanos – tudo soa tão aleatório e mecânico que poucas vezes a
história consegue soar realmente convincente. A impressão de que “Guerra
Mundial Z” faz tudo para se adequar a um gosto médio se confirma quando se fica
sabendo que o filme foi refeito em quase que da sua metade de duração. E quem
conseguir ler sobre como o filme era antes de tais alterações, vai poder
perceber que o que se tinha antes era muito mais radical e impactante. No final
das contas, “Guerra Mundial Z” acaba sendo emblemático de como as coisas
funcionam atualmente em parte expressiva das produções vindas de Hollywood.
Um comentário:
Eles gastaram quase 200 milhões na produção e com certeza não iriam colocar tanta violência, para então atrair um publico maior.
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