segunda-feira, julho 29, 2013

Roland Klick: O coração é um caçador faminto, de Sandra Precthel ***1/2


O cineasta alemão Roland Klick foi bastante ativo como realizador entre o período da segunda metade dos anos 60 até os primeiros anos 80. Depois, desiludido e cansado em relação à receptividade ao seu trabalho, largou a direção, enfocando mais seus esforços em lecionar cinema. Confesso que nunca assisti a um filme de Klick, sendo que tomei conhecimento dele através do documentário “Roland Klick: O coração é um caçador faminto” (2013). Essa produção dirigida por Sandra Prechtel oferece um panorama fascinante sobre a trajetória de Klick. Exibe trechos de seus principais filmes, com o próprio biografado contando sobre sua vida e sobre detalhes da realização de sua filmografia. Seus comentários sobre a sua obra são repletos de colocações poéticas e profundas sobre o fazer cinematográfico, que ao se relacionarem com os momentos de suas produções mostrados acabam ganhando uma dimensão ainda mais transcendente. O documentário de Prechtel também traça um interessante painel sobre “novo cinema alemão”, vigente naquele período, que trazia entre seus principais nomes Werner Herzog, Wim Wenders, Fassbinder e Alexander Kluge, movimento esse que isolou Klick por considerar seus filmes comerciais e americanizados. O que se vê, entretanto, nos trechos apresentados são obras de um caráter de cunho mais visceral, em detrimento do cerebralismo típico da cinematografia germânica daquele período. E um dos aspectos mais notáveis de “Roland Klick: O coração é um caçador faminto” seja justamente essa capacidade de despertar nos neófitos a inquietante curiosidade em conhecer mais sobre a obra Klick.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Pelo visto deu a volta por cima então