Os diretores noruegueses Joachim Ronning e Espen Sandberg obtém
uma síntese narrativa bastante eficiente em “As aventuras de Kon Tiki” (2012).
Tendo por base uma história real, o filme combina de forma harmoniosa drama
histórico, aventura e uma densidade psicológica aguçada tanto nas situações do
roteiro quanto na caracterização dos personagens. As paisagens exóticas são bem
valorizadas pela competente direção de fotografia, assim como a direção de arte
revela esmero na reconstituição de época. Mas a efetiva força criativa do filme
está em algumas sequências de ação empolgantes, principalmente naquelas
envolvendo tempestades marítimas e nos enfrentamentos alucinados contra tubarões.
E o filme não se prende nas soluções fáceis do tipo lições de vida e superação.
O que fica mais evidente é um caráter obsessivo, beirando o doentio, nas
atitudes dos personagens – tanto pode ser a vontade de provar alguma teoria
científica obscura quanto o simples desejo quase suicida de desafiar a natureza
e a morte. As figuras do filme parecem se mover mais por desejos atávicos do
que por algum impulso de moralidade. E isso acaba sendo mais assustador e
inquietante que os perigos enfrentados por eles no mar aberto.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Infelizmente perdi a chance de ver esse filme no cinema.
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