segunda-feira, setembro 09, 2013

Círculo de fogo, de Guillermo Del Toro ***1/2


Em um primeiro momento, “Círculo de fogo” (2013) pode lembrar o genial “Tropas estelares” (1997). Afinal, as tramas de ambos apresentam em comum jovens militares combatendo monstros alienígenas. Só que no filme de Paul Verhoeven, o tom era de farsa sutil, trazendo um comentário irônico velado sobre os excessos de uma sociedade militarizada. Já a produção dirigida por Guillermo Del Toro é aventura puramente escapista. O roteiro é divertido, mas na verdade é mero pretexto para exageradas cenas de ação. E nesse campo, “Círculo de fogo” é um trabalho de fôlego. Os efeitos visuais são caprichados nos seus detalhes visuais – os robôs gigantes, por exemplo, são muito mais convincentes que aqueles da franquia “Transformers”. O design das criaturas que vêm das profundezas marítimas revela um senso plástico elevado – são monstros efetivamente asquerosos e assustadores. Del Toro aproveita muito bem essa expressiva matéria prima: as cenas de batalhas são movimentadas e brutais na medida certa. Uma das formas que dá para encarar essa ficção científica é pensar naqueles velhos seriados japoneses de monstros (tipo Ultraman e Spectreman), cheios de porradaria mas de estética fuleira, e vê-los devidamente recauchutados por um orçamento milionário e um cineasta empolgado pelo gênero. O resultado é uma releitura que se equilibra bem entre a nostalgia e a modernidade.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

É um filme nostálgico, de uma época mais inocente nossa.