Não é surpresa que “Wakolda” (2013) tenha sido escolhido
como representante da Argentina para tentar concorrer ao Oscar de melhor filme
estrangeiro. O filme dirigido por Lucia Puenzo é um exemplar bastante característico
do cinema argentino contemporâneo – competência formal e sobriedade no roteiro,
mas tudo embalado por uma estética asséptica. O tema é até interessante – a presença
de criminosos nazistas no interior da Argentina durante os anos 60, sendo que
Puenzo consegue manter um nível razoável de tensão, sem apelar para truques
ostensivos, preferindo a sutileza e a discrição. Mas o que num primeiro momento
pode soar como virtude, com o tempo se transforma num fator de incômodo – na intenção
de não chocar as platéias, a produção não ousa em maiores arroubos criativos ou
de impacto sensorial. Ou seja, é tudo de bom gosto e bem feito, mas também
perfeitamente esquecível.
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