É evidente que boa parte das trucagens digitais de “Terremoto
– A falha de San Andreas” (2015) impressionam pelo realismo e pelo exagero de
seu grafismo repleto de destruição e pomposidade. Por vezes, esses excessos
visuais do filme parecem configurar uma espécie de pesadelo que se materializa
com prédios e pontes desabando, maremotos arrasando tudo que vem pela frente,
pessoas sendo esmagadas e tragadas a todo momento. Se por um lado o filme
capricha nos seus efeitos, por outro a falta de imaginação do diretor Brad
Peyton coloca tudo a perder. Não há uma efetiva tensão em sua obra, tendo em
vista ele se apoiar quase que unicamente em um truque narrativo manjado –
aquele em que algum personagem está com a vida por um fio diante de uma situação
extrema e no último segundo acaba se salvando (ou sendo salvo). O roteiro também
colabora para esse marasmo criativo, com uma trama que une todos os clichês
possíveis no gênero “filme catástrofe”. O mote central da história já diz tudo:
família em crise acaba sendo forçada a se unir para que possa sobreviver em
meio a um devastador fenômeno da natureza. Peyton se contenta em reproduzir de
forma burocrática e sem graça tudo aquilo que o público está acostumado a ver:
elenco canastrão em interpretações constrangedoras, trilha sonora transitando
entre o épico e o meloso, violência atenuada para não chocar setores mais sensíveis
da plateia. Tem até no final um momento de louvação patriótica! Assim, a única
impressão memorável que esse “Terremoto” consegue deixar é a nostalgia daquelas
produções setentistas dentro do mesmo gênero que eram bem mais divertidas.
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