terça-feira, junho 23, 2015

Terremoto - A falha de San Andreas, de Brad Peyton *1/2


É evidente que boa parte das trucagens digitais de “Terremoto – A falha de San Andreas” (2015) impressionam pelo realismo e pelo exagero de seu grafismo repleto de destruição e pomposidade. Por vezes, esses excessos visuais do filme parecem configurar uma espécie de pesadelo que se materializa com prédios e pontes desabando, maremotos arrasando tudo que vem pela frente, pessoas sendo esmagadas e tragadas a todo momento. Se por um lado o filme capricha nos seus efeitos, por outro a falta de imaginação do diretor Brad Peyton coloca tudo a perder. Não há uma efetiva tensão em sua obra, tendo em vista ele se apoiar quase que unicamente em um truque narrativo manjado – aquele em que algum personagem está com a vida por um fio diante de uma situação extrema e no último segundo acaba se salvando (ou sendo salvo). O roteiro também colabora para esse marasmo criativo, com uma trama que une todos os clichês possíveis no gênero “filme catástrofe”. O mote central da história já diz tudo: família em crise acaba sendo forçada a se unir para que possa sobreviver em meio a um devastador fenômeno da natureza. Peyton se contenta em reproduzir de forma burocrática e sem graça tudo aquilo que o público está acostumado a ver: elenco canastrão em interpretações constrangedoras, trilha sonora transitando entre o épico e o meloso, violência atenuada para não chocar setores mais sensíveis da plateia. Tem até no final um momento de louvação patriótica! Assim, a única impressão memorável que esse “Terremoto” consegue deixar é a nostalgia daquelas produções setentistas dentro do mesmo gênero que eram bem mais divertidas.

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