Jason Reitman teve um início de carreira como cineasta bastante promissor. “Obrigado Por Fumar” (2005) era uma comédia dramática que tirava um belo sarro com o politicamente incorreto, e ao mesmo tempo revelava que o seu diretor parecia ter herdado do seu pai, o também diretor Ivan Reitman, o talento na condução de narrativas leves e irônicas. “Juno” (2007), entretanto, foi um balde de água fria nessas boas expectativas – produção correta e sem maiores novidades, mas que causava uma certa simpatia pelo ar “indie” (principalmente pela ótima trilha sonora e por alguns personagens carismáticos – Jason Bateman como um “viúvo” do grunge era um achado). “Amor Sem Escalas” (2009), obra mais recente de Jason, é a confirmação da decepção com “Juno”. O filme mantém aquela aura de “alternativo” (novamente devido a trilha sonora), mas é convencional até à medula. Na primeira meia hora, Reitman até engana com uma edição cheia de cortes rápidos e simétricos, além do tom cínico que impregna a narração em off do protagonista Ryan Bingham (George Clooney), profissional que tem como profissão comunicar pessoas de que as mesmas estão demitidas e que passa boa parte do seu tempo viajando. O interessante clima ambíguo inicial se desfaz progressivamente e se transforma em conto moral previsível quando Ryan começa a trabalhar com uma novata ambiciosa e, simultaneamente, apaixona-se por uma executiva que também viaja constantemente.
“Amor Sem Escalas” parece uma obra feita com um manual debaixo do braço: narrativa sem sobressaltos, cujas viradas no roteiro podem ser adivinhadas com meia hora de antecedência. Os questionamentos que propõe são resolvidos de forma rasa e dogmática, além de seu padrão formal não apresentar maiores traços de ousadia ou inspiração. Por mais que prêmios como Oscar ou Globo de Ouro não representarem exatamente o que há de melhor na produção cinematográfica, chega a soar como um disparate incompreensível tentar equivaler “Amor Sem Escalas” com filmes bem mais instigantes como “Avatar” e “Bastardos Inglórios”.
“Amor Sem Escalas” parece uma obra feita com um manual debaixo do braço: narrativa sem sobressaltos, cujas viradas no roteiro podem ser adivinhadas com meia hora de antecedência. Os questionamentos que propõe são resolvidos de forma rasa e dogmática, além de seu padrão formal não apresentar maiores traços de ousadia ou inspiração. Por mais que prêmios como Oscar ou Globo de Ouro não representarem exatamente o que há de melhor na produção cinematográfica, chega a soar como um disparate incompreensível tentar equivaler “Amor Sem Escalas” com filmes bem mais instigantes como “Avatar” e “Bastardos Inglórios”.
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