quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Assim Era a Atlântida, de Carlos Manga ***

Diferentes dos documentários nacionais mais recentes, “Assim Era a Atlântida” (1974) não tem preocupações didáticas ou de procurar verdades factuais. Sua intenção é pura e simplesmente fazer uma homenagem aos filmes e aos artistas representantes da era de ouro da Atlântida, estúdio cinematográfico brasileiro que da década de 40 até a de 60 gerou vários sucessos populares. O tom da narrativa é solene e nostálgico – há depoimentos emocionados e repletos de recordações de alguns dos principais membros da Atlântida (Grande Otelo, Cyll Farney, Norma Bengell, Odete Lara, entre outros) que se entrelaçam com trechos de películas do estúdio. O que mais predomina nas entrevistas é um questionamento quase perplexo em saber por que aquele período glorioso findou, restando apenas o ostracismo. Assistindo aos aludidos pedaços dos filmes que estão no documentário, pode-se entender um pouco sobre os motivos desse esquecimento: tais produções não envelheceram tão bem, sendo que a ingenuidade do roteiro e a estruturação enfadonha dos filmes não resistiram à corrosão do tempo. Mesmo assim, é inegável que algumas dessas seqüências são bem engraçadas, fazendo de “Assim Era a Atlântida” um passatempo curioso e esclarecedor.

Nenhum comentário: