segunda-feira, julho 08, 2013

Artigas - La Redota, de Cesar Charlone **1/2


O mote principal do roteiro de “Artigas – La Redota” lembra muito o do clássico “Apocalypse Now” (1979), em que o desajustado Capitão Willard (Martin Sheen) penetrava no coração das trevas das selvas do Vietnã, mediante ordens do governo norte-americano, para matar o renegado coronel Kurtz (Marlon Brando), que havia se tornado líder de uma comunidade de guerrilheiros. No mencionado filme uruguaio, o atormentado oficial Calderón (Rodrigo Sancho), por ordem da coroa, embrenha-se pelos pampas da antiga colônia espanhola para matar Artigas (Jorge Esmoris), líder revolucionário da independência. Assim como Willard foi afetado pelo carisma perturbador de Kurtz, Calderón também ficará impressionado pelo ideário de Artigas a um ponto de comprometer sua missão original. O filme do diretor Cesar Charlone propõe uma visão que se pretende complexa, mostrando como a linha entre fatos históricos concretos e a lenda é muito tênue. Tanto sua abordagem formal quanto a sua análise temática pendem para o naturalismo, procurando fugir da linha épica. Na verdade, o que era para ser um mérito acaba comprometendo a própria encenação de “Artigas – La Redota”. Por vezes, a narrativa soa truncada, pouco natural, quase como se fosse um daqueles episódios históricos recriados de forma institucional por algum programa educativo de televisão, além das cenas de ação serem executadas de forma um tanto desajeitadas. Tudo muito distante, portanto, daquele estética e narrativa febris e de concepção virtuose de “Apocalypse Now”.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Boa pedida para escavar