terça-feira, julho 23, 2013

Juan dos mortos, de Alejandro Bruqués ***


No meio dessa onda interminável de filmes de zumbi, “Juan dos mortos” (2011) acaba se destacando de forma surpreendente. O diretor Alejandro Bruqués, para começar, revela conhecimento ao preservar as sacadas principais para obras do gênero: os mortos vivos são realmente nojentos, há cenas impactantes e violentas que não se furtam de mostrar tripas e sangue e as sequências de ação são bem dirigidas. Dessa forma, está léguas à frente de produções assépticas como “Guerra Mundial Z” (2013). Ao mesmo tempo que respeita alguns dos principais cânones do estilo, a produção acaba tendo uma cara muito própria por saber explorar aquilo que tem de mais inusitado – o fato de ser um filme de horror vindo de Cuba! Assim, um certo aspecto fuleiro da encenação e o tom cômico da narrativa refletem o caráter de sátira política da obra, ainda que a sua conclusão remeta a um forte teor nacionalista. Nesse sentido, é admirável que Bruqués mantenha um equilíbrio artístico, em que “Juan dos mortos” não cai na vala fácil do simples exotismo e revela um alcance universal, mas também não abdica de suas particularidades regionais.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Uma boa pedida vinda de um pequeno filme.