terça-feira, agosto 06, 2013

Headlock, de Johan Carlsen ***


A condução da narrativa em “Headlock” (2011) não poderia ser mais germânica na sua dureza e sobriedade. Ao focar o cotidiano cinzento de uma mãe solteira proletária e simplória e de seu filho adolescente e problemático, alvo constante de bullying na escola, a produção adota um registro de tinturas realistas, onde não há muito espaço para soluções fáceis ou alguma redenção para os seus protagonistas. O diretor Johan Carlsen se permite sutis toques de ironia e perversidade ao inserir durante a trama breves seqüências de teor fantástico, relacionadas a delírios e sonhos de personagens, que em contraste com o formalismo de influência documental que predomina durante maior parte da trama acaba causando um efeito contrastante perturbador. Assim, mesmo não tendo maiores voos estéticos, é uma obra curiosa na sua crueza e crueldade ao expor algumas mazelas da sociedade ocidental contemporânea.

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