A condução da narrativa em “Headlock” (2011) não poderia ser
mais germânica na sua dureza e sobriedade. Ao focar o cotidiano cinzento de uma
mãe solteira proletária e simplória e de seu filho adolescente e problemático,
alvo constante de bullying na escola, a produção adota
um registro de tinturas realistas, onde não há muito espaço para soluções fáceis
ou alguma redenção para os seus protagonistas.
O diretor Johan Carlsen se permite sutis toques de ironia e perversidade ao
inserir durante a trama breves seqüências de teor fantástico, relacionadas a delírios
e sonhos de personagens, que em contraste com o formalismo de influência
documental que predomina durante maior parte da trama acaba causando um efeito
contrastante perturbador. Assim, mesmo não tendo maiores voos estéticos, é uma
obra curiosa na sua crueza e crueldade ao expor algumas mazelas da sociedade
ocidental contemporânea.
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