A profusão de comédias que vem aparecendo nos cinemas nos últimos
anos, principalmente aquelas produzidas pela Globo Filmes, acaba gerando a
impressão de uma espécie de movimento, algo como se fosse uma onde de “neo-chanchadas”.
Apesar de focarem principalmente num lado popularesco e comercial, alguns
desses filmes até apresentam inquietações temáticas e formais, ainda que de
forma discreta. Nessa direção, dá para lembrar “Os penetras” (2012) e “Vai que
dá certo” (2013). Mas há produções, entretanto, em que o resultado é rasteiro
demais em termos de ruindade, o que é o caso justamente de “O concurso” (2013).
Dá para perceber no roteiro algumas tentativas de trazer uma visão crítica de
determinados dilemas prementes da sociedade brasileira contemporânea no meio de
todos os quiproquós da trama, mas a direção de Pedro Vasconcelos é tão mambembe
que joga todas as boas promessas no lixo. Qualquer cena que envolva ação, algum
movimento ou disposição de elementos no quadro é tão desajeitada que sugere um
amadorismo constrangedor. Além disso, Vasconcelos demonstra péssima mão para
direção de atores –as interpretações oscilam entre o inexpressivo e o risível. É
provável que com toda máquina de marketing e pela estrutura “televisiva” de sua
narrativa “O concurso” vai ser sucesso de bilheteria, mas será incapaz de se
grudar na mente do espectador como experiência cinematográfica memorável (a não
ser para alguns possíveis apreciadores de tosquices).
Um comentário:
Comédia dispensável. Melhor mesmo foi Minha mãe é uma peça.
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