A estrutura da narrativa de “Ferrugem e osso” (2012) é a de
um melodrama convencional. O que faz a diferença no filme é a força da encenação
estabelecida pelo diretor Jacques Audiard. A trama traz elementos temáticos
diversos e que por vezes beiram o insólito: lutas de vale-tudo, treinadores de
baleias, deficientes físicos, questões de imigração, conflitos familiares. No
conjunto, entretanto, todos esses elementos acabam ganhando uma unidade
surpreendente na forma com que o roteiro bem estruturado os une. Como nas obras
anteriores do mesmo diretor, “De tanto bater meu coração parou” (2005) e “O
profeta” (2009), um dos trunfos da obra está na conjunção audiovisual proposta
pela edição – a excelente direção de fotografia ganha impacto ainda maior com a
forma com que a música se insere em cena. Audiard consegue também uma
equilibrada alternância de atmosferas: nas seqüências mais intimistas, a tensão
dramática é sutil e valoriza bastante as arejadas interpretações de seu elenco,
enquanto nos momentos envolvendo violência e sexo, a ação é coreografada com
vigor e belo detalhismo cênico.
Um comentário:
Até agora não vi esse filme. Descuido meu.
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