Depois da patética abordagem pseudo-artística e filosófica
de “O homem de aço” e do show de descaracterização e de piadinhas sem graça em “O
Homem de Ferro 3”, uma obra como “Wolverine: Imortal” (2013) chega a ser
alentadora dentro do gênero de adaptações de quadrinhos. Não que o filme seja
exatamente uma obra-prima, mas é inegável que o diretor James Mangold faz um
feijão com arroz convincente, conseguindo tanto preservar boa parte da essência
das HQs originais do personagem-título quanto demonstrar competência na encenação
de aventura desenfreada. Por vezes, o roteiro apresenta algumas gorduras
dispensáveis, principalmente quando mostra um Wolverine (Hugh Jackman) vacilante
demais nas suas forçadas lembranças de Jean Grey (Famke Janssen). No mais das
vezes, entretanto, o que predomina é muita ação casca grossa. Mesmo com as
limitações de violência típicas de uma grande produção, Mangold tem boas
sacadas narrativas, principalmente pela opção de focar a trama no Japão (que
nos gibis originais do protagonista sempre
teve uma participação importante no desenvolvimento de sua personalidade), o
que faz com que se tenha uma profusão de lutas, duelos de arte marcial, ataques
de ninjas e afins, propiciando que Logan tenha bastantes oportunidades para
colocar suas garras em ação. E a cena em que Wolverine realiza uma autocirurgia
no coração é antológica no seu exagero e brutalidade. Assim, no cômputo geral, “Wolverine:
Imortal” é bastante superior a “X-Men Origens: Wolverine” (2009) e cria uma
razoável expectativa para a próxima aventura dos X-Men a ser transposta para as
telas, “Dias de um futuro esquecido” (onde o baixinho canadense terá papel
fundamental).
Um comentário:
Embora poderia ter sido melhor, é cem vezes superior que Wolverine: Origens
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