Assim como se fazia supor em “Um lugar qualquer” (2010), o
estilo de Sofia Coppola parece estar mais descarnado em “Bling Ring: A gangue
de Hollywood” (2013). É como se a diretora quisesse lapidar a sua estética de
excessos, preferindo reduzir seu cinema a um essencial básico. Isso é até
curioso, no sentido de que seu pai, Francis Ford Coppola, é um autor marcado
por um virtuosismo que por vezes até envereda pelo operístico. Essa abordagem
da cineasta encontra um material temático com o qual estabelece uma sintonia
bastante coerente. Afinal, a história que conta as aventuras contraventoras de
um bando de jovens de classe média alta que se divertem furtando casas de ricos
e famosos em Hollywood recebe um tratamento de distanciamento emocional e sem
glamourizações. O registro de Sofia é marcado pela frieza e objetividade, mesmo
quando ela obtém cenas memoráveis ao conceber uma atraente atmosfera de
hedonismo. E é de se ressaltar ainda a ótima mão dela na direção de atores – o trio
protagonista (Emma Watson, Katie Chang e Israel
Broussard) tem desempenhos antológicos. No geral, as escolhas artísticas de Sofia
podem frustrar aqueles que esperam maiores arrebatamentos sensoriais, mas é
inegável que dão à “Bling Ring” um forte conteúdo emblemático de sua época.
Um comentário:
Quando eu penso nos filmes dela eu prefiro isolar as suas obras e fazer nenhuma comparação com a filmografia do pai dela, pois embora parentes, possuem olhares completamente diferentes.
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