Em um primeiro momento, “Círculo de fogo” (2013) pode
lembrar o genial “Tropas estelares” (1997). Afinal, as tramas de ambos
apresentam em comum jovens militares combatendo monstros alienígenas. Só que no
filme de Paul Verhoeven, o tom era de farsa sutil, trazendo um comentário irônico
velado sobre os excessos de uma sociedade militarizada. Já a produção dirigida
por Guillermo Del Toro é aventura puramente escapista. O roteiro é divertido,
mas na verdade é mero pretexto para exageradas cenas de ação. E nesse campo, “Círculo
de fogo” é um trabalho de fôlego. Os efeitos visuais são caprichados nos seus
detalhes visuais – os robôs gigantes, por exemplo, são muito mais convincentes
que aqueles da franquia “Transformers”. O design das criaturas que vêm das
profundezas marítimas revela um senso plástico elevado – são monstros efetivamente
asquerosos e assustadores. Del Toro aproveita muito bem essa expressiva matéria
prima: as cenas de batalhas são movimentadas e brutais na medida certa. Uma das
formas que dá para encarar essa ficção científica é pensar naqueles velhos
seriados japoneses de monstros (tipo Ultraman e Spectreman), cheios de
porradaria mas de estética fuleira, e vê-los devidamente recauchutados por um
orçamento milionário e um cineasta empolgado pelo gênero. O resultado é uma
releitura que se equilibra bem entre a nostalgia e a modernidade.
Um comentário:
É um filme nostálgico, de uma época mais inocente nossa.
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