Em termos de roteiro e narrativa, dá para dizer que o
diretor Barnaby Southcombe navega em mares tranquilos e previsíveis em “Eu,
Anna” (2011). É evidente também, entretanto, que faz isso com considerável elegância.
Um dos pontos fortes do filme está na construção de atmosfera – por mais que se
saiba que o mistério que envolve a figura da protagonista nem seja tão
surpreendente assim, a tensão climática que envolve a trama chega a ser
perturbadora na sua combinação de sensualidade, sordidez, culpa e expiação. Southcombe
sabe alternar suspense sóbrio com momentos de violência gráfica impactante. O
outro trunfo da produção está no seu par de atores principais, Charlotte
Rampling e Gabriel Byrne, que com atuações calculadamente contidas se mostram
em perfeita sintonia com a natural sutileza da obra.
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