Na superfície, “Aconteceu em Saint-Tropez” (2012) se formata
e desenvolve como uma comédia romântica repleta daqueles clichês recorrentes:
mal-entendidos, coincidências, paixões fulminantes, algumas lições de moral. O
trunfo do filme, entretanto, está em pegar essas bobices e frivolidades e
dar-lhes uma verve bastante sarcástica e espirituosa. A encenação proposta pela
diretora Daniele Thompson combina leveza e uma pegada cerebral de forma
equilibrada. Assim, a trama se permite, por vezes, um tom sombrio e até mórbido
sem que pareça que a produção entre em descompasso. Fundamental para que
Thompson mantenha esse frágil e tênue equilíbrio cômico-dramático é o
desempenho de seu elenco, que sabe variar de forma admirável entre o tom
caricatural e uma certa densidade dramática.
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