É claro que não dá para condenar um filme simplesmente por
ele ser genérico. Há várias obras que abusam dos clichês e mesmo assim impactam
positivamente pela competência e vigor da sua realização. Bem, esse não é o
caso de “R.I.P.D. – Agentes do além” (2013). O filme é uma colcha de retalho
mal-costurada de lugares comuns e chupações descaradas. Dá para dizer que
basicamente se trata de uma mistura indigesta entre “Homens de preto” (1997) e “Ghost
– Do outro lado da vida” (1990). Mas o negócio não vinga não por uma falta de
originalidade, mas sim pela flagrante incapacidade do diretor Robert Schwentke
em criar uma narrativa envolvente ou pelo menos algumas sequências de efetiva
tensão, predominando uma encenação desprovida de qualquer vigor. O filme tem
alguns efeitos especiais interessantes, além de contar no elenco com os carismáticos
Jeff Bridges e Kevin Bacon (apesar do espectador se indagar de forma constante
por que eles se meteram nessa presepada), mas é muito pouco para compensar os vários
equívocos que apresenta. Pelo menos, serve para confirmar que Schwentke é um
cineasta que não tem salvação mesmo – afinal, é o mesmo cara que concebeu
outros abacaxis como “Plano de vôo” (2004) e “Red – Aposentados e perigosos” (2013).
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