sexta-feira, novembro 22, 2013

Rebobine isso!, de Josh Joshson **1/2


A temática de “Rebobine isso!” (2013) é bastante curiosa: a trajetória histórica do VHS. Em meio a tantas notícias atuais envolvendo novas tecnologias para ver filme, tal assunto, em um primeiro momento, pode beirar o anacronismo. Isso sem contar que em termos formais o documentário em questão deixa a desejar: não há praticamente ousadias estéticas e por vezes a produção se perde como narrativa, enfatizando longos depoimentos de alguns entrevistados que beiram o desinteressante. A obra, entretanto, acaba gerando empatia por alguns detalhes bastante particulares. Primeiramente por uma questão nostálgica: vários cinéfilos na faixa dos 30 a 40 anos (inclusive este que vos escreve) desenvolveram o seu gosto por filmes através de várias sessões com fitas VSH na sua juventude. Tal formato também se vinculou a determinados gêneros de filmes, como produções baratas e/ou obscuras de ficção científica, horror, fantasia, ação e até artes marciais. Assim, é inegável que uma certa aura de magia envolva as recordações sobre o período em que as fitas estiveram no auge de uso e popularidade. Nesse sentido, “Rebobine isso!” consegue estabelecer um interessante painel de fãs e profissionais do cinema que tiveram uma ligação muito forte com o mercado dos VHS. Além disso, o documentário extrapola o mero interesse sentimental sobre o assunto, conseguindo contextualizar a importância da tecnologia junto à própria indústria do cinema da época, bem como estabelece a comparação entre a decadência e fim inexoráveis do VHS com os atuais preceitos comerciais e administrativos da referida indústria. No final das contas, ao falar sobre um passado nem tão distante, “Robobine isso!” se torna bastante emblemático dos tempos atuais.

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