Provavelmente deve haver uma penca de lendas e histórias mais
interessantes na Alemanha que poderiam ser usadas como base para uma trama de
um longa-metragem de animação do que mais uma capenga revisão da história de
Tarzan. Nas mãos do diretor germânico Reinhard Klooss, a origem e a ascensão do
rei das selvas recebem um tratamento bastante burocrático e enfadonho, por mais
que o roteiro utilize elementos esdrúxulos de ficção científica. Para começar,
a qualidade do traço é sofrível, parecendo o visual de um game de terceira categoria.
Aliás, a concepção visual da produção, que prepondera para um realismo tosco,
faz pensar por que não se optou por filmar “living in action”, pois as
possibilidades criativas de se filmar em animação simplesmente não são
aproveitadas. Além disso, o senso de narrativa de Klooss é desastroso, num
misto de melodrama mexicano e aventura descerebrada, não havendo qualquer
personagem que tenha carisma e caracterização decentes. Na verdade, o filme
passa uma impressão de indecisão sobre a sua própria natureza: por vezes, é tão
infantil e primário que beira o boboca, e em outros momentos há um nível de
violência acima daquela comum a filmes destinados a um público infanto-juvenil.
Diante de tantos equívocos, surge até na mente a indagação do motivo que leva
uma bomba dessas a ser lançada por aqui....
Um comentário:
Em resumo, a ultima boa adaptação do personagem para o cinema foi nas mãos da Disney em 1999
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