É uma tendência no cinema norte-americano contemporâneo a intenção de realizar obras de fantasia que tragam uma pretensão visão adulta sobre clássicas lendas infantis ou conto de fadas, buscando um verniz psicanalítico ou sociológico sobre tais narrativas. De certa forma, é como se buscasse uma forma de legitimar essas históricas como arte séria (como se elas precisassem de algo assim...). Ou simplesmente pode ser encarado como uma nova forma de ganhar um dinheirinho recontando as velhas histórias de sempre. Nesse sentido, a presença de Robert Stromberg na direção de "Malévola" não é gratuita, pois ele esteve envolvido nas produções de "Alice no país das maravilhas" (2010) e "Oz, mágico e poderoso" (2013), obras que traziam também esse caráter revisionista. Nessa nova versão para as aventuras e percalços da Princesa Aurora (também conhecida como A Bela Adormecida), a trama até ganha uma conotação mais mundana: a bruxa Malévola (Angelina Jolie) se tornou má porque foi traída pelo grande amor de sua vida, o Rei Stefan (Sharlto Copley), pai de Aurora (Elle Fanning), o que justificaria a maldição da feiticeira para a princesa. Mas aquilo que poderia ser o conto de fada revisto sobre uma perspectiva mais sombria e simbolista acaba caindo para um banal tom novelesco politicamente correto. O filme tem os seus méritos, principalmente nas boas trucagens e na riqueza da caracterização visual de algumas sequências, mas a narrativa é rala na capacidade de constituir uma tensão dramática eficiente. E a canastrona atuação de Jolie não colabora muito... Por vias das dúvidas, é melhor ficar mesmo com a versão desenho animado da Disney.
Um comentário:
Eu gostei do filme, embora poderia ter ido mais longe
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