quarta-feira, julho 23, 2014

No limite do amanhã, de Doug Liman ***1/2


O diretor norte-americano Doug Liman é um dos casos mais bem sucedidos na conversão de um ótimo cineasta de produções independentes para um criativo artesão de blockbusters (ou pelo menos pretendentes a esse status). Nos anos 1990, dirigiu dois pequenos clássicos indies, “Swingers” (1996) e “Vamos nessa” (1998), e a partir da década seguinte se dedicou a obras que transitam entre a aventura e o thriller. “No limite amanhã” (2014), seu mais recente trabalho, representa a sua volta à ficção científica, gênero no qual já tinha se dado muito com o excelente “Jumper” (2008). Liman estabelece um ritmo narrativo notável, em que a ação é frenética em alguns momentos, mas sempre preservando uma clareza gráfica, em que se percebe a sua composição detalhista de encenação e bastante longe daquele desgastado método de câmera tremendo e tudo se convertendo num grande borrão. Além disso, o roteiro sabe aproveitar muito bem as possibilidades criativas da temática de viagens no tempo, sem apelar a obviedades excessivas e nem deixando a trama confusa, estabelecendo também um certo senso de humor mórbido e desconcertante (afinal, qual o filme de aventura recente em que o protagonista morre diversas vezes em cena??). No mais, “No limite do amanhã” faz indagar como Liman não foi chamado para dirigir algum episódio na revitalização das franquias “Star Trek” e “Star Wars”...

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Uma pena que o filme não tenha se dado muito bem na bilheteria, mas o vejo como mais novo cult do momento.