Filmes como “O atirador” (2007), “Atraídos pelo crime” (2009)
e “Invasão a Casa Branca” (2013) atestam a boa mão do diretor Antoine Fuqua
para filmes de ação. A retomada da parceria com Denzel Washington, celebrizada
no excelente “Dia de treinamento” (2001), aumentou ainda mais a expectativa
para “O protetor” (2014). A meia-hora inicial do filme até dá uma boa empolgada
– há um tom de mistério intrigante em torno da figura do protagonista Robert
McCall (Washington) e a seqüência em que ele massacra cinco bandidos da máfia
russa é muito bem coreografada na sua profusão de brutalidade absurda. E quando
entra em cena o sinistro Teddy (Marton Csokas) parece que as coisas vão
melhorar ainda mais (a fusão de imagens que se faz entre o corpo tatuado do vilão
com uma tomada noturna urbana é extraordinária). Com o desenrolar da trama,
entretanto, a produção acaba se esvaziando em termos dramáticos. As cenas de ação
são competentes na sua execução, mas a caracterização do personagem principal
quase como um super-herói infalível retira a sensação de algum perigo
efetivamente perturbador, requisito indispensável para que haja alguma tensão
na obra. Assim, os principais dilemas do roteiro se resolvem com incômoda
facilidade, sem que em nenhum momento se possa ter a sensação de que o
protagonista fique em alguma situação limite.
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