Helena Ignez foi uma musa e atriz expressiva do cinema brasileiro em obras clássicas como “Bandido da Luz Vermelha” (1968) e “Os Monstros de Babaloo” (1970). Como cineasta, entretanto, mostra-se muito distante do brilhantismo da sua trajetória pregressa, conforme pode se atestar no desastroso “Canção de Baal” (2009). A encenação baseada no original teatral de Bertolt Brecht exala um irritante amadorismo. A fotografia mal consegue sustentar algum enquadramento decente. A narrativa é trôpega, vacilante, mais parecendo um teatro filmado. A inserção de trechos de áudio com depoimentos de Brecht é gratuita, buscando mais legitimidade intelectual para uma obra tão falha. Talvez o que possa garantir algum interesse para a produção seja a beleza do texto de Brecht e algumas atuações do elenco. Tais méritos, entretanto, são insuficientes para qualificar “Canção de Baal” como um filme minimamente interessante ou Ignez como diretora relevante.
3 comentários:
Putz, fiquei tri decepcionado que não consegui ver o filme, mas tanto tu quanto o Eron detonaram, hein? Olha só, esqueci de perguntar se tu viu "Galo de Briga", do Monte Hellman. Se viu, só a cena da luta de galos em câmera lenta já faz deste uma obra-prima. Se não viu, assiste. Uma das melhores atuações do Warren Oates.
Eu não vi "Galo de Briga". Saiu por aqui em DVD?
Saiu em DVD. Tem na E o Video Levou. Vale muito a locação. É uma obra-prima, que nem "Corrida Sem Fim". Talvez seja até melhor.
Acabei de conseguir "The Last Movie", do Hopper, e um documentário sobre a produção do mesmo. Vamos ver se anos de expectativa não vão gerar decepção. Eu acredito que não. O filme parece maravilhoso. Outros que tenho expectativas brutais e depois de anos consegui são "Os Demônios" e "Lisztomania", do Ken Russel, que cada vez mais se aproxima do meu Top 20 de melhores diretores de todos os tempos.
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