terça-feira, maio 10, 2011

Juntos, de Matias Armand Jordal ***



Em um primeiro momento, pela sua premissa inicial, a produção norueguesa “Juntos” (2009) pode fazer pressupor uma obra nos moldes daqueles desgastados melodramas familiares que costumam ser exibidos nos Supercines ou Sessões da Tarde da vida: mulher morre em acidente e seu marido e filho precisam aprender a lidar com a situação. No filme em questão, entretanto, o furo é mais embaixo. O diretor Matias Armand Jordal não parece muito interessado em lições de superação ou coisa que o valha. Sua encenação é crua e objetiva, sendo que as reações de seus personagens são humanas a um ponto que acabam beirando o perturbador. O registro visual de “Juntos” privilegia um certo enfoque naturalista, mas também em alguns momentos ganha uma dimensão de um soturno pesadelo, principalmente quando o viúvo envereda por jornadas noturnas em busca de brutais brigas para aplacar a sua culpa. A conclusão do filme pode até ensaiar uma possível redenção para seus protagonistas, mas a jornada para chegar até lá é bastante tortuosa...

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