sexta-feira, maio 06, 2011

Os Residentes, de Tiago Mata Machado *



Há um momento em “Os Residentes” (2010) que se pode ter um vislumbre do que o filme poderia ter sido. É aquele em que um casal discute o seu relacionamento – a ambientação crua e tensa, os diálogos francos proferidos de forma trôpega pelos autores, tudo isso sugere um tom de cinema que digladia entre a ficção e o documental. Nessa sequência, a produção se revela momentaneamente livre de suas afetações referenciais e consegue estabelecer uma narrativa que cause empatia com o espectador. No geral, entretanto, “Os Residentes” afunda numa série de equívocos estéticos pretensiosos e irritantes, tanto no seu lado formal, marcado por fotografia e edição toscas que caem em vanguardices estéreis, quanto pela sua temática que esbarra numa confusa junção de teatro e cinema. É provável que a maior inspiração do diretor Tiago Mata Machado tenha sido elementos do cinema marginal de Rogério Sganzerla e Julio Bressane, principalmente no que diz respeito da combinação entre referências eruditas e populares, mas o resultado final de seu filme ficou muito distante da coerência artística da filmografia dos cineastas citados.

2 comentários:

Anônimo disse...

mas é isso que você tem a dizer sobre o filme? quem é você? só lê veja, né.

André Kleinert disse...

Putz, até a Veja falou mal??