Diante de um tema já revisto tantas vezes no cinema como o
Holocausto na 2ª Guerra Mundial, e também muito propício a receber uma abordagem
emocional, o diretor alemão Robert Thalheim até apresenta um certo grau de
ousadia em “À espera de turistas” (2007). Ao focar o relacionamento entre Sven
(Alexander Fehling), um jovem alemão que faz trabalho voluntário na Auschwitz
atual, com Krzeminski (Ryszard Ronczewski), um idoso sobrevivente de campo de
concentração, o filme evita o sentimentalismo fácil, preferindo retratar seus
personagens sob uma perspectiva mais crua e distanciada. Por mais que Sven
conheça mais o passado tenebroso da cidade, isso não representará necessariamente
uma edificante lição de vida ou que ele se tornará uma pessoa melhor. Por
vezes, o que fica mais evidente para o protagonista
é a hipocrisia e a amargura que envolvem os sentimentos e opiniões sobre o que
aconteceu na cidade. E por mais que Thalheim não adote um estilo formal
arrebatador na sua encenação, é inegável que tal estética seca e objetiva se
encontra em sintonia com a visão temática da obra.
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