O diretor Felipe Joffily até de vez em quando consegue
disfarçar a origem teatral de “E aí... Comeu?” (2012) em alguns enquadramentos
e na montagem. No mais das vezes, entretanto, o que predomina é uma estrutura
narrativa um tanto truncada e superficial, em que os diálogos procuram emular
uma naturalidade coloquial de um bate papo a versar invariavelmente sobre sexo
e relacionamentos amorosos. Tal concepção geralmente esbarra num tom de manual
sentimental de botequim, revelando muito mais o ideário sentimental de um tipo
bem específico: o carioca classe média metido a malandro. As aventuras amorosas
do trio protagonista se pretendem ousadas ao
tentar focarem trepadas e encrencas sob uma atmosfera que deveria ser descontraída
e sem pudores. O resultado final é bem distante de tal pretensão, com Joffily
enquadrando personagens e situações dentro de uma lógica previsível de comédia
romântica. Por mais que se assuma um tom de ironia e questionamento sobre a
relação homem e mulher, tudo se encaminha para uma resolução esquemática, com
direito a lições de vida e a um final feliz romântico idealizado.
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