Se em sua versão de “Alice nos País das Maravilhas” (2010) Tim
Burton parecia ter enveredado por um cinema genérico e sem personalidade em
termos estéticos, em “Sombras da noite” (2012) ele volta a exercer um estilo mais
particular de filmar, ainda que trabalhando em uma refilmagem de um antigo
seriado televisivo e com um roteiro um tanto desconjuntado e superficial. A
premissa da trama, um vampiro do século XVI que ressurge nos anos 70 do século
passado, acaba sendo bastante propícia para que Burton exercite seus
característicos elementos formais e temáticos: personagens esquisitos e algo
neuróticos, atmosferas entre o sombrio e o irônico, estrutura narrativa que
remete a um tom fabular. Além disso, Burton propõe uma viagem estética
intrigante ao casar elementos da mitologia setentista (música, figurino,
comportamento) com uma ambientação gótica, formatando uma narrativa que trafega
de forma perturbadora entre a comicidade, o erótico (ainda que reprimido) e a
violência gráfica.
Um comentário:
A parte em que o protagonista acorda nos anos 70 e da de cara com o simbolo de Mcdonald, tive que rir e concordar com a comparação que ele fez.
Odeio os hamburgues de lá.
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