Em termos de gênero, “Para sempre” (2012) é dirigido a um
público bem específico – a de moças que adoram dramas românticos repletos de
momentos “enxuga lágrimas”. E até pode-se dizer que o filme cumpre o seu papel
nesse sentido. Mas o que faz despontar um sentimento de frustração é o fato do
roteiro fazer vislumbrar uma possibilidade de trama que fugisse do lugar comum.
O que “Para sempre” precisava era de uma abordagem mais ousada e crua ao focar
a história (baseada em fatos reais) da mulher casada que após bater a cabeça em
um acidente automobilístico acaba esquecendo da figura do marido, com esse
último se dedicando ao longo do filme a fazê-la se lembrar ou voltar a gostar
dele. O que poderia render uma reflexão sobre a natureza dos relacionamentos
amorosos acaba se convertendo numa previsível lição de vida do tipo “só o amor
constrói”. É claro que o filme é bem acabadinho em termos formais, mas o que
faz com que apenas ele caia na linha do não fede nem cheira. No mais, a figura
envelhecida e algo decadente de Jessica Lange, que já trabalhou de forma
memorável em tantos filmes antológicos, participando de uma produção medíocre
como essa faz a gente pensar que Hollywood realmente é um lugar assustador...
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