quinta-feira, agosto 30, 2012

O exótico Hotel Marigold, de John Madden **


É claro que boa parte dos filmes que aparecem por aí obedece a alguma fórmula. Afinal, é impossível inventar a roda todo dia. Talvez o que diferencie tais obras uma das outras é a convicção e intensidade com que os elementos das fórmulas sejam manipulados. Em “O exótico Hotel Marigold” (2011) pode-se ver com clareza os mecanismos formais e temáticos que o diretor John Madden aproveita para conceber uma produção que é francamente destinada a agradar um determinado público cativo. Tentando catalogar tal concepção, daria para dizer que seria um drama a retratar alguns dilemas típicos da velhice com um verniz por vezes irônico e um pano-de-fundo exótico (a trama se desenrola numa grande e populosa cidade da Índia). Por consequência óbvia, dos conflitos e experiências vivenciados pelos personagens resultam algumas lições de vida edificantes... Fora a fotografia e a trilha sonora a incorporarem algum traço de insólito, “O exótico Hotel Marigold” acaba afundando numa mesmice, onde possíveis complexidades se reduzem a lugares comuns e potenciais ousadias estéticas se resumem a um visual de cartão postal. Mesmo um elenco de certo peso também se conforma dentro do espírito amorfo do filme, entregando atuações no estilo “piloto automático”.

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