É claro que boa parte dos filmes que aparecem por aí obedece
a alguma fórmula. Afinal, é impossível inventar a roda todo dia. Talvez o que
diferencie tais obras uma das outras é a convicção e intensidade com que os
elementos das fórmulas sejam manipulados. Em “O exótico Hotel Marigold” (2011)
pode-se ver com clareza os mecanismos formais e temáticos que o diretor John
Madden aproveita para conceber uma produção que é francamente destinada a
agradar um determinado público cativo. Tentando catalogar tal concepção, daria
para dizer que seria um drama a retratar alguns dilemas típicos da velhice com
um verniz por vezes irônico e um pano-de-fundo exótico (a trama se desenrola
numa grande e populosa cidade da Índia). Por consequência óbvia, dos conflitos
e experiências vivenciados pelos personagens resultam algumas lições de vida
edificantes... Fora a fotografia e a trilha sonora a incorporarem algum traço
de insólito, “O exótico Hotel Marigold” acaba afundando numa mesmice, onde
possíveis complexidades se reduzem a lugares comuns e potenciais ousadias
estéticas se resumem a um visual de cartão postal. Mesmo um elenco de certo
peso também se conforma dentro do espírito amorfo do filme, entregando atuações
no estilo “piloto automático”.
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