A recriação de contos de fada sob um prisma moderno tem
representado uma tendência forte no atual panorama cinematográfico. Até porque
não deixa de ser uma premissa interessante propor uma nova visão de personagens
e histórias que habitam o imaginário cultural há tanto tempo. Nos quadrinhos
tal vertente artística tem gerado resultados expressivos (vide a ótima série “Fábulas”).
A verdade, entretanto, é que no cinema o saldo final de boa parte de tais
produções está longe de ser consistente. “João e Maria: Caçadores de bruxas”
(2013) é um exemplo claro disso. O mote inicial, de modo geral, até seria
interessante: após matarem a bruxa dona da casa de doces que quase os devorou,
os protagonistas tornam-se profissionais na
arte de caçar e exterminar feiticeiras. Apesar disso, parece que o diretor
Tommy Wircola não soube muito bem o que fazer com o material que tinha em mãos.
Na sua concepção, modernizar a lenda seria transformá-la num grande vídeo game
estilo “Resident Evil”, só que colocando bruxas no lugar dos zumbis. O roteiro
mais parece um pretexto picareta para mostrar as feiticeiras sendo mortas de
diversas formas brutais. Não há tensão e muito menos horror – a obra é mais uma
aventura bem bobinha, só que com alguns litros de sangue a mais. E nesse
sentido, até consegue chamar a atenção para um nível até alto de gore dentro
dos padrões de Hollywood, o que rende alguns momentos divertidos para o filme.
Num sentido geral, é como se “João e Maria: Caçadores de bruxas” fosse uma obra
trash classe Z, mas com um orçamento classe A.
Um comentário:
Na minha opinião teria funcionado melhor como piloto de uma possível série de tv.
Postar um comentário