quinta-feira, janeiro 31, 2013

João e Maria: Caçadores de bruxas, de Tommy Wircola **


A recriação de contos de fada sob um prisma moderno tem representado uma tendência forte no atual panorama cinematográfico. Até porque não deixa de ser uma premissa interessante propor uma nova visão de personagens e histórias que habitam o imaginário cultural há tanto tempo. Nos quadrinhos tal vertente artística tem gerado resultados expressivos (vide a ótima série “Fábulas”). A verdade, entretanto, é que no cinema o saldo final de boa parte de tais produções está longe de ser consistente. “João e Maria: Caçadores de bruxas” (2013) é um exemplo claro disso. O mote inicial, de modo geral, até seria interessante: após matarem a bruxa dona da casa de doces que quase os devorou, os protagonistas tornam-se profissionais na arte de caçar e exterminar feiticeiras. Apesar disso, parece que o diretor Tommy Wircola não soube muito bem o que fazer com o material que tinha em mãos. Na sua concepção, modernizar a lenda seria transformá-la num grande vídeo game estilo “Resident Evil”, só que colocando bruxas no lugar dos zumbis. O roteiro mais parece um pretexto picareta para mostrar as feiticeiras sendo mortas de diversas formas brutais. Não há tensão e muito menos horror – a obra é mais uma aventura bem bobinha, só que com alguns litros de sangue a mais. E nesse sentido, até consegue chamar a atenção para um nível até alto de gore dentro dos padrões de Hollywood, o que rende alguns momentos divertidos para o filme. Num sentido geral, é como se “João e Maria: Caçadores de bruxas” fosse uma obra trash classe Z, mas com um orçamento classe A.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Na minha opinião teria funcionado melhor como piloto de uma possível série de tv.