terça-feira, março 05, 2013

Colegas, de Marcelo Galvão **


O fato de usar como protagonistas um trio de portadores de Síndrome de Down não parece ter influenciado de forma positiva o diretor Marcelo Galvão na realização de “Colegas” (2012). Não que os referidos atores sejam o ponto fraco do filme. Pelo contrário: as atuações dramáticas deles são muito boas, oferecendo à obra alguns de seus melhores momentos. O fato é que o filme sofre de auto-indulgência. A direção de Galvão é frouxa, padecendo da falta de um maior apuro formal e de um roteiro mais consistente. É como se o cineasta tivesse juntado uma série de seqüências cômicas, que oscilam entre o bobo e o efetivamente engraçado, e algumas citações cinematográficas disparatadas e amarrasse tudo numa narrativa frágil e trôpega. Não há a mínima tensão no filme, fruto de uma encenação que está mais para um rascunho metido a engraçadinho do que para cenas bem acabadas formalmente. Talvez a intenção de Galvão fosse buscar uma singeleza naif nas suas concepções artísticas, mas o resultado é apenas a evocação de um amadorismo por vezes constrangedor e de anemia criativa, isso quando não descamba para um sentimentalismo barato pela narração despropositada na voz over de Lima Duarte (que tira qualquer espaço para sutileza temática do filme).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Se der tudo certo, pretendo ver amanhã.