quinta-feira, março 21, 2013

Super Nada, de Rubens Rewald **


Sem querer parecer maniqueísta, mas atualmente pode ser percebida uma diferenciação estético-ideológica entre as escolas cinematográficas nacionais de acordo com o Estado de que elas provem. Nesse sentido, Pernambuco, por exemplo, é marcado por produções que enveredam por uma visão temática bastante questionadora, por vezes até anárquica, e marcada por ousadias formais. Em contraponto, São Paulo tem apresentado um cinema mais asséptico e blasé, adotando um discurso niilista e irônico de formato um tanto engessado. “Super Nada” (2012) é bem emblemático desse jeito paulista contemporâneo de fazer cinema. A gente pode perceber as boas idéias, a necessidade de captar o zeitgeist desse milênio, mas a forma com que as coisas se desenvolvem na tela é de um academicismo e previsibilidade irritantes – tudo parece seguir um manual típico de faculdades de cinema. Para retratar a atmosfera de mediocridade e letargia de seu protagonista, um ator na pindaíba financeira e moral, o diretor Rubens Rewald opta por uma abordagem estética árida e sem atrativos, que pode até ser coerente com a trama do filme, mas que por outro lado em nenhum momento se mostra capaz de causar algum arrebatamento para o espectador.

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