Nas animações contemporâneas, é inegável que a Pixar é a
grande referência em termos artísticos e tecnológicos, o estúdio em que a
grande maioria se mira. É dali que vem boa parte das inovações e das tendências.
Dito isso, “Os Croods” (2013), da Dreamworks, não estabelece novos parâmetros
para o gênero, como era de se esperar. A produção se limita a seguir uma
cartilha, mas faz isso com notável competência e nisso acaba se sobressaindo,
mostrando-se até acima da média. O roteiro é muito bem engendrado, combinando
as tradicionais doses de humor, aventura e sentimentalismo com um subtexto de
forte teor questionador, oferecendo uma visão crítica sobre comodismo e a
defesa arraigada de tradições obsoletas. Já em termos gráficos, o filme
impressiona tanto pela beleza do traço quanto pelo nível de realismo – por vezes
se tem a impressão de se estar vendo uma obra de live action – trazendo um
efeito encantador peculiar para o seu visual. De se destacar ainda uma narrativa
muito envolvente, repleta de sequências de ação estonteantes na sua dinâmica,
aliadas a um aguçado senso de tensão que oferece tanto para as situações como
para os personagens uma dimensão dramática cativante.
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