quarta-feira, março 13, 2013

Amor é tudo o que você precisa, de Susanne Bier *1/2


Os primeiros filmes que vi da cineasta dinamarquesa Susanne Bier, “Corações livres” (2002) e “Brothers” (2004), eram obras bastante vigorosas, que revelavam influências claras da estética crua e das temáticas impactantes do movimento Dogma 95, que teve entre seus principais criadores o irrequieto Lars Von Trier. Com o tempo, entretanto, a diretora foi perdendo o seu gume cortante de sua abordagem, o que acabou resultando em obras cada vez mais genéricas e óbvias. “Amor é tudo o que você precisa” (2011) representa a triste coroação dessa despersonalização do cinema de Bier. A diretora recicla idéias e concepções já utilizadas em algumas de suas produções anteriores e formaliza tudo como uma comédia romântica. O resultado é desajeitado e por vezes constrangedor – aquele registro visual cru e de viés naturalista entra em descompasso com a narrativa formulaica. É claro que Bier dá uma disfarçada na trama, colocando uns detalhes um pouco mais insólitos aqui e ali (câncer, homossexualismo), mas isso não tira os deméritos de um roteiro marcado por incongruências, apelações e diálogos que beiram o infantil. E ainda tem o “mérito” de extrair uma das piores atuações da vida de Pierce Brosnan.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Acho que o grande problema do filme foi ter se alongado demais, principalmente no ato final da trama.