segunda-feira, abril 15, 2013

Invasão à Casa Branca, de Antoine Fuqua ***


A mensagem nacionalista obtusa e o excesso de furos no roteiro de “Invasão à Casa Branca” (2013), aliadas a uma trilha sonora de tons épicos e ufanistas, podem causar um certo incômodo. Por outro lado, essa abordagem política/temática do filme não deixa de trazer um aspecto interessante por ser bastante emblemática da presente conjuntura social e econômica dos Estados Unidos, um país em crise moral devido a uma séries de medidas equivocadas de sua política externa. Assim, não à toa, os vilões são coreanos e espancam e humilham de forma impiedosa suas vítimas norte-americanas. Analisar a produção, entretanto, apenas pelo seu conteúdo político seria injusto e equivocado, pois o principal mérito está no exagero de sua estética. O diretor Antoine Fuqua tem notória preferência pelo gênero ação (é dele, por exemplo, o ótimo policial “Dia de Treinamento”), e isso se reflete no filme, que não economiza na brutalidade e no ritmo frenético. Mesmo usando bastante efeitos digitais, “Invasão à Casa Branca” chega a ser nostálgico na forma com que a violência explode na tela, pois lembra muito do que se fazia em algumas das melhores aventuras oitentistas – é sangue e tripas voando para todos os lados, explosões estrondosas e lutas e tiroteios coreografados com consideráveis requintes de detalhismos gráficos, muito distante da assepsia politicamente correta que grassa atualmente no gênero (pelo menos no que diz respeito nos EUA).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Embora seja somente para entreter, é um filme corajoso em colocar justamente Coreanos como vilões na situação conflituosa que o mundo passa atualmente.