A mensagem nacionalista obtusa e o excesso de furos no
roteiro de “Invasão à Casa Branca” (2013), aliadas a uma trilha sonora de tons
épicos e ufanistas, podem causar um certo incômodo. Por outro lado, essa
abordagem política/temática do filme não deixa de trazer um aspecto
interessante por ser bastante emblemática da presente conjuntura social e econômica
dos Estados Unidos, um país em crise moral devido a uma séries de medidas
equivocadas de sua política externa. Assim, não à toa, os vilões são coreanos e
espancam e humilham de forma impiedosa suas vítimas norte-americanas. Analisar
a produção, entretanto, apenas pelo seu conteúdo político seria injusto e
equivocado, pois o principal mérito está no exagero de sua estética. O diretor
Antoine Fuqua tem notória preferência pelo gênero ação (é dele, por exemplo, o ótimo
policial “Dia de Treinamento”), e isso se reflete no filme, que não economiza
na brutalidade e no ritmo frenético. Mesmo usando bastante efeitos digitais, “Invasão
à Casa Branca” chega a ser nostálgico na forma com que a violência explode na
tela, pois lembra muito do que se fazia em algumas das melhores aventuras
oitentistas – é sangue e tripas voando para todos os lados, explosões
estrondosas e lutas e tiroteios coreografados com consideráveis requintes de
detalhismos gráficos, muito distante da assepsia politicamente correta que
grassa atualmente no gênero (pelo menos no que diz respeito nos EUA).
Um comentário:
Embora seja somente para entreter, é um filme corajoso em colocar justamente Coreanos como vilões na situação conflituosa que o mundo passa atualmente.
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