O diretor norte-americano Taylor Hackford nunca se notabilizou
por inovações formais ou polêmicas temáticas em seus filmes. Pode-se dizer dele
que é um competente artesão. Isso não quer dizer, entretanto, que ele seja um
nome a se menosprezar no atual panorama. Prova disso foi a cinebiografia “Ray”
(2004), obra que foi uma bela tradução audiovisual do impacto da vida e da música
fundamental de Ray Charles. Em “Parker” (2012), sua obra mais recente, Hackford
não apresenta nada de novo e nem atinge o mesmo patamar de excelência artística
de “Ray”, mas mesmo assim apresenta uma produção bastante acima da média do que
tem sido feito no gênero ação nos últimos anos, pelo menos no que se trata
daquilo vindo das grandes estúdios de Hollywood. Mesmo com as típicas obviedades
narrativas e de roteiro, o que predomina é uma elegância no filmar que sabe
valorizar tanto a tensão (principalmente nas seqüências que envolvem os metódicos
e espetaculares roubos) quanto a pancadaria desenfreada – nesse último aspecto,
com destaque absoluto para as cenas de luta entre o protagonista
Parker (Jason Statham) e um assassino casca grossa num quarto de hotel, resultando
num clímax absurdo de porradaria e sangue. Para aqueles que já estão cansados
de filmes de ação em que não se entende o que está acontecendo em cena, “Parker”
chega a ser um alívio...
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